sexta-feira, 8 de julho de 2016

A importância da vacinação em cães e gatos (e relação com a saúde das pessoas)

O que são vacinas?
Vacinas são produtos biológicos que são preparados para conferirem imunidade adquirida contra uma determinada doença. Normalmente são sintetizadas a partir de um agente infeccioso enfraquecido ou de proteínas de superfície. O objectivo é estimular o Sistema Imunitário, para este "memorizar" o agente presente na vacina, e reconhecê-lo como o agente que causa a doença. Por outras palavras, um cão vacinado para a parvovirose, se algum dia contactar com o vírus, vai ter à partida anticorpos para lutar contra o vírus causador da doença.

Há imensas vacinas, e há imensos protocolos vacinais diferentes. É fundamental que as vacinas sejam administradas por um veterinário. Dar uma vacina não é apenas dar uma injecção. No acto da vacina, está incluída uma consulta, em que o estado de saúde do cão ou do gato, é avaliado de modo completo. Enquanto o veterinário fala com o dono, ou enquanto brinca com um cachorro, está a fazer uma série de exames sistemáticos (avaliação de mucosas, palpação de gânglios, estado de hidratação, pelo e pele, pulso, auscultação do coração e pulmões, ouvidos, etc) que têm imensa importância: um cão doente que seja vacinado, vai ficar ainda mais doente. Uma vacina administrada por um veterinário deverá ter uma vinheta com um número que identifica cada veterinário, ou no mínimo um carimbo e assinatura. Outra coisa que é essencial, é ter noção que todas as vacinas vêm com um autocolante que tem de ser colado no boletim de vacinas.

Quanto às vacinas propriamente ditas, há várias, e como temos de começar por algum lado, vamos começar por falar das vacinas dos cães. Há imensos laboratórios que produzem vacinas, que em muitos casos são semelhantes a outras vacinas produzidas por outros laboratórios. Por esse motivo, vou falar das doenças cobertas pelas vacinas, em vez de falar da vacina A ou vacina B.


Calendário de vacinas do cachorro
Os cachorros, por norma, começam a ser vacinados entre as 6 e as 8 semanas de idade. É conveniente, embora não seja obrigatório, que um cachorro seja desparasitado uma semana antes da vacina. Porquê? Porque um cão com parasitas, não responde à vacina tão bem como responderia se estivesse desparasitado.

Assim, um cão com 6 semanas pode começar por ser vacinado com uma vacina que lhe dá imunidade contra a esgana e a parvovirose. Tanto a esgana e a parvovirose são doenças potencialmente mortais para os cães (nos casos em que não são mortais, estão normalmente incluídos internamentos e tratamentos hospitalares dispendiosos e uma boa dose de sorte).

Por volta das 9 semanas, é feito o primeiro reforço vacinal. Um reforço consiste numa segunda ou terceira inoculação, que vai estimular a produção de anticorpos pelo sistema imunitário. Esta vacina, normalmente protege para a esgana, parvovirose, hepatite viral canina, leptospirose e vírus da tosse de canil. Por volta das 12 semanas, será feito o segundo reforço (e uma semana depois desta vacina, o cão pode ir à rua e contactar com outros cães).

Cerca de um mês depois, pelas 16 semanas, pode ser administrada a vacina da raiva e o microchip. A vacina da raiva continua a ser obrigatória (a raiva é uma zoonose - ou seja, é uma doença potencialmente mortal e transmissível ao Homem) e só pode ser administrada num cão com microchip.

Este conjunto de vacinas constituem o protocolo vacinal mais básico, que a maioria dos cães faz.

Há depois outras vacinas que são por norma recomendadas: a vacina da tosse de canil, a vacina da Leishmaniose, a vacina da babesiose e a vacina da borreliose ou Doença de Lyme. Destas, as que são mais frequentes são as duas primeiras.

A Tosse de Canil (ou rinotraqueíte infecciosa canina) é uma doença viral (que pode ter complicações bacterianas) que é altamente contagiosa.

A Leishmaniose é uma doença transmitida por um insecto (flebótomo) que transmite um parasita do sangue. A doença é transmissível ao Homem, é mortal se não for tratada atempadamente, e o tratamento e monitorização são bastante dispendiosos.

A babesiose e a borreliose são algumas das doenças que podem ser transmitidas pelas carraças.


Calendário de vacinas do gatinho
Os gatinhos começam a ser vacinados pelos dois meses de idade. A primeira vacina que fazem é uma vacina que protege contra a gripe viral dos gatos (a chamada "coriza") e contra a panleucopénia felina (que é uma doença viral que causa diarreias hemorrágicas frequentemente mortais).

Cerca de quatro semanas depois, pelos três meses de idade, fazem o reforço vacinal. Depois, fazem por norma uma pausa até aos seis meses de idade, altura em que são castrados e esterilizados. Pelos sete meses fazem por norma a vacina da leucemia felina (seguida do reforço, um mês depois).


Porque é que eu hei-de vacinar?
Por vários motivos. Em primeiro lugar, porque é da responsabilidade do dono zelar pela saúde do seu animal de estimação e evitar que ele sofra desnecessariamente. Em segundo lugar, porque sai muito mais barato prevenir do que tratar uma doença.

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